sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A última dança

Embalo no compasso da dança que se faz em passos harmonizados; sincronizados. Da dança ao canto, ao belo encanto que se faz ao dizer 'te amo' em constante mudança do tom; do timbre. O salão ao delírio de pés inebriados, tontos do prazer maldito; cansado. vestidos balançam ao sopro do vento; descontentamento ao sentir teu fel ferido, invadido pelo som e pela dança, que gira em torno. O som se cansa e a dança pára; todos se cansam e deitam; descansando a vida e aguardando a morte

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Festa Pagã

À luz do lampião dançamos; música regada de gaita-de-foles, flautas. Agradeçamos aos deus pelo vinho e pão; com dança. Balancem seus vestidos vermelhos; incendeiam a dança, provoquem a noite. Durmamos enquanto é tempo e esperemos para mais uma dança de agradecimento

Perdidos e Delirantes

Farei-te uma cabana de Acássia para morar-me contigo, bater-me-ei à tua porta e gritarei teu nome aos ventos. Trarei-te flores coloridas - verdes, azuis, amarelas - para ver o seu sorriso incandescendo a minha alma e congelando meu corpo. Esgrimarei com o vento para te proteger, a calmaria dar-se ao meio da noite quando o brilho da lua nos tocar e nos amar. Seremos perdidos; perdidos e delirantes

Inveja

Sou invejoso
admito

Tenho inveja da água
que te banha
do vento
que sussura aos teus ouvidos
do sol
que te aquece
da neve
que te encanta
do outono
que te entristece
e da primavera
que te faz sorrir

Tenho inveja de tudo
de todos a quem você
ama

Piegas Romântico

Não sou piegas, acredito apenas no velho e bom romantismo apaixonado. Não faço loucuras por amor: faço amor por loucuras. Não temo amar assim como não temo ser rejeitado. Digo sinceramente que sou rejeitado; que tenho o amor rejeitado, mas não reclamo disso, todos nós já fomos, algum dia, rejeitados. E assim eu vou levando a vida: feliz, louco amante

Ouça

Sentado, calado; escuto. Vozes que são incansáveis, que sussuram palavras distantes; caprichosas. Escuto o vento que me diz que não tenho mais armas para lutar; que sou franco, incansável.
Continuo escutando o sol com seu sorriso amarelo - estridente - dizendo-me coisas que não entendo - em outras línguas. Ahh, cansei de ouvir.

Brinquedo

Ao som do vento
escuto tudo
o amor
a dor

Falta-me esperança
Vazio; branco, nulo
Perdi-o para o mundo
para qual eu não deveria

Luto para alcançar
um amor sem dor
um amor com calor
um amor sem medo
e que não seja de brinquedo

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

La Luna

Estava pensando sobre a lua, mesmo agora sendo dia - ou, pelo menos- o final dele - tão bonita ela é. Quando sua face voltada totalmente a nós, mostra-nos todo o seu encanto. A lua toca o mar, se ela pode tocar-lhe também pode tocar-nos, se ela pudesse nos tocar, diria-nos o que? Quão frios e frívolos somos? Que devemos deixar-nos nos levar ao brilho que emancipa dela? Quem sabe tu possas me dizer, sim, tu que lês-me! Quem sabe???

Sei; nada sei

Sei que nada sei
que não saberei de nada

Sei que a luz reflete
e que o mundo gira
Sei que tenho ganâncias
que tenho ciúmes e inveja
sei que sou inato; inexato
Sei...

Sei que nada sei
que não saberei de nada

O Amigo Alemão

Tenho um amigo alemão - não, não é puro. É uma mistura brasil-germânica - sim, eu gosto dele e o tomo como inspiração. Ele não escreve como eu - que tendo a escrever sobre cores - ele escreve sobre aquilo que não anda ou não fala; sentimentos e bala de canela!
E o que tem haver a bala com os sentimentos? Não me interessa isso!!!

O Rumo da Prosa.

Não domino os versos como meu amigo descendente de alemão, também não domino a prosa como Linspector ou Assis. Sou apenas um aspirante a visionário; escrevo sobre as cores e flores, prosa e montanha, amor e ódio.
Não tenho rumo da escrita, não invento as expressões nem dou sons aos inanimados. Apenas risco palavras sem culturas; exteriorizadas

Mais uma manhã

Acordo pela manhã
achando que será
mais um dos dias
frívolos, impaciente

Tenho tu em vista
como todos os dias
de minha vida sofrida


Transformo prosa em verso
apenas para dizer te amo
Não formamos um dueto
não somos um casal

Idealizo mais um amor
desses de adolescência
inocentes; indecentes

Encandeço a alma
congelo o corpo
entremeço ao toque
de uma pétala de rosa

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Margaridas, rosas e maçãs.

Estou, mais uma vez, em meu jardim florido; plantando margaridas e rosas. Como sempre, estou olhando as cores das plantas, cada pétala rosa ou vermelha me deixa feliz. As margaridas com suas pétalas brancas e numerosas me trazem uma paz gratificante. Parto-me, agora, para o repouso - como os antigos índios faziam - na rede entre duas árvores: uma macieira e uma jabuticabeira. Assim como Isaac Newton, fico reparando a maça que caía - para baixo todo santo ajuda, dizia minha avó - canso-me do ócio e durmo: um sono livre e regado de margaridas, rosas, maças...

domingo, 14 de outubro de 2007

Leque cultural

Não. Eu não tenho muito o desejo de escrever por agora. Escrevo por que não tenho mais o que fazer.
Tenho escutado muitas línguas por esses dias; francês, espanhol, inglês... Tenho procurado-os, na verdade, aumentar o meu leque cultural, o meu leque não, meu funil cultural..Dependendo minha peneira. tenho lido Lavoisier com seus franceses, Locke com seu "britanês", Pisano com seus números italianos. Tenho aprendido línguas novas, 'je m'apelle Jommy et vous?', lugares novos...E para quê ?
Se nem eu sei, como você pode ousar saber?

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Dá prosopopéia à cantigas de escárnio

Já me chamaram de 'uma pequena prosopopéia ambulante'. Não que eu realmente seja uma, mas quem sabe um dia não tome a forma de um cachorro falante, quem sabe um rato...Enfim, não escrevo aqui por que quero, sim pelo prazer que algumas irrefutáveis linhas me oferecem. Prazer que, por sinal, dura alguns minutos e logo depois passa, como a leve brisa em um dia de verão; o que tem a brisa a ver com a história?
A solidão já me carregara algumas vezes, deixei-me ir, acompanhando-a, e ela me levou a lugares que eu não conhecia - belos campos e ares amadeirados - e que voltarei a conhecer - quem sabe um dia. Irei novamente com ela, para mais um lugar onde apenas eu e ela - a solidão - possamos ficar a sós cantando cantigas de amigo dos tempos medievais galegos ou quem sabe cantando alvas ao amanhecer de mais um dia. talvez faça uma cantiga de escárnio de quem aqui lê, mas não se sinta culpado é assim que te mostro o meu agrado...

Versailles

E então eu andei; não por querer, mas sim pelas maravilhas que me rodeavam. Passei pelos jardins, sim, aquele vasto jardim. Adentrei-me ao palácio; por entre as galerias adentrei-me no Grand Appartement du Roi, que maravilha! não parecia com nada que alguma vez eu já tivera experimentado na vida. Por entre as sete salas passei. Fiquei o tempo suficiente para tomar café à mesa do Salon de Venus, um bilhar com Luiz XIV no Salon de Diane, uma dança com a princesa no Salon de Mars...Passei rapidamente pelo Salon de Mercure e Salon d'Apollon; não gostei muito desses. No Grand Appartement du Reine, eu apenas olhei, não me fora tão interessante quanto eu pensei que fosse.
Novamente ao lado de fora, observei os jardins, que belo jardins, não são suspensos como os da Babilônia, mas me encantam assim mesmo; os pássaros vejo ao longe... Recosto-me à pilastra e fico observando os jardins que um dia foram meus, o palácio que um dia fora de minha linhagem, a cidade que um dia fora de algum avô meu...Adormeço, no Grand Jardin de Versailles.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Sandices; Loucuras de um pensamento verde

Que seja! Mais umas de minhas sandices incompletas, se o leitor, que tão pacato é, quiser pular esse trecho, que pule, não me és tão importante quanto a descrição de mais um de meus pensamentos insanos e, talvez, lógicos.
As pessoas, apesar de tudo, são estranhas; diferentes. Cada pessoa tem aquele algo especial, algo que te toca. Há pessoas que nos vem e vão, não nos tocam. Há também as pessoas que vêm e ficam por um tempo; tocam-nos pouco. Há aquelas, como os irmãos, que vêm, ficam e te mudam: para melhor. Há pessoas que nos mudam em vários sentidos: nossa visão de mundo, nossa visão de sociedade, de amizade, nossa opinião quanto as coisas, enfim, nossa alma.
E qual o motivo de eu escrever tudo isso? A sandice da sociedade??? Que se exploda!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Idéias: Voltaire, Locke e Brás. Tudo à filosofia!

Não que os dias tenham sido fáceis. Mentira, têm sim; como sempre foram e assim serão. Não é fácil escutar, de um professor, sim você cresceu e amadureceu. Como puderas isso, em tão pouco tempo? Digo que fiquei constrangido no momento, mas após o constrangimento vem o pensamento. Cogito, ergo sun. Será que isso se deve à tal leitura de Voltaire, àquela que tenho tanto lido nos últimos dias? Não, não deves ser isso. Quem sabe Locke, com suas revoluções e idéias enciclopedistas? Não. Deveras ser a idade, que com o tempo vem me seguindo...Quem sabe um dia a idade não me deixa, como deixou Brás Cubas ou Dona Eulália? Enquanto eu espero, ouso-me roubar a frase de meu irmão: Hoje garoto, ex-muleque

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Delírios

Foi neste dia que eu passe muito mal; a tonteira. Pensei que fosse cair e assim aconteceu. Cai nos braçõs de meu irmão que carregou-me à cama. Delirei; estava em outro lugar, uma corte, 1850 na antiga Paris, e estava sentado ao lado do rei, sim, eu era o príncipe. E no meio do salão estava uma mulher que dançava com um véu negro como a noite, suas vestes vermelhas encedeavam o salão; dançava sozinha, riscava o chão com magnitude. Ajunte-ma ela e dançamo-nos, passos conjuntos; ritmados, uníssono. Meia-noite. Saíra correndo - "não se vá" disse eu. Acordo do meu delírio suando frio; cansado. Como pudera a mulher dos meus sonhos ser apenas um delírio? Volto-me à rua , em busca daquela que foi a razão de meus delírios; a dama que incendeia a noite

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Ciúmes e Inveja

E então ele viu seu irmão, com sua namorada...Que sensação estranha! algo dentro dele se remexeu; aquele velho sentimento. Ciúmes. É tão estranho vê-lo sentido-se assim, através de uma foto sentiu ciúmes. E uma inveja. Inveja por não estar naquele lugar, com aquela pessoa; seu irmão.
Ele virou-se e pensou "quanta bobeira é isso" e riu, riu muito. Gargalhadas altas. Como pudera ser tão bobo assim. Riu mais um pouco e deitou. Dormiu com um sorriso bobo no rosto e um pensamento....

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Clara em Castelo

Hoje, fiz um bolo. Pensei que fosse, fácil - meu primeiro - e realmente era...Só que teve a tal, clara em castelo..Seguindo a receita parei nessa parte - da clara - por nao ter especificações. Como se faz clara em castelo? perguntei-me. Sem resposta, fui ao Google...Custei e achei uma explicação meia-boca. Fiz e pah, inventei a minha clara em castelo.

Na culinária nem tudo é fácil...Apesar de tudo saiu certo...Graças a imaginação e uma mente fértil...

Pessoas

Vejo pessoas
não pessoas comuns
pessoas coloridas
verdes
vermelhas
azuis

Vejo pessoas
que andam
e me cercam
cores
nulas

Olho-me e vejo
pés azuis
e corpo amarelo
Fico verde

Vamos cantando
gritando
às cores que nos rodeiam
Rodemos e cantemos
Em um caleidoscópio de cores