sábado, 22 de setembro de 2007

Borboleta

Estava sentado na minha cama, não tinha muito o que fazer. Deitei e relaxei, por um momento cochilei. Acordei e vi, entrando pela janela uma borboleta. Negra como a noite, em plena luz do dia veio me abençoar. Pousara-me em minha mão e eu fiquei observando-a. Sacudi a mão ao lembrar que borboletas negras não abençoa; amaldiçoa. Velhas superstições não acabam.
Com o medo que fiquei peguei a minha blusa, que era o que estava mais perto e espantei-a da minha escrivaninha. Ela voou pelo meu quarto, voou...voou...e voou. Pousou na minha pintura; que fiz de minha irmã que falecera alguns anos atrás. Como ela ousa? Pousar em uma das minhas melhores pinturas, uma pintura que coloquei meus sentimentos?
Bati-lhe novamente com a toalha e ela caiu, não morta; agonizante. E assim, vi a sua vida indo embora, sua alma indo para o céu das borboletas. Ahh, se ela fosse vermelha, como o amor, não teria feito nada disso...Apenas teria colocado-a na janela e deixado-a voar...e voar. Ahh, se ela fosse vermelha...

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